quinta-feira, 3 de julho de 2008

Curiosidade

Quando a máquina se tornou mais importante do que o homem
Os primeiros tempos da Revolução Industrial trouxeram aos trabalhadores ingleses dias de muita dificuldade. As condições de vida e de trabalho eram terríveis. Em países como o Brasil, em que a Revolução Industrial ocorreu há menos tempo, situação semelhantes à descrita no texto abaixo ainda ocorrem.
"As máquinas, que podiam ter tornado mais leve o trabalho, na realidade o fizeram pior. Eram tão eficientes que tinham de fazer sua mágica durante o maior tempo possível. Para seus donos, representavam tamanho capital que não podiam parar - tinham de trabalhar, trabalhar sempre. Além disso, o proprietário inteligente sabia que arrancar tudo da máquina, o mais depressa possível, era essencial porque, com as novas invenções, elas podiam tornar-se logo obsoletas. Por isso os dias de trabalho eram longos, de 16 horas. Quando conquistaram o direito de trabalhar em doi turnos de 12 horas, os trabalhadores consideraram tal modificação como uma benção.
Mas os dias longos, apenas, não teriam sido tão maus. Os trabalhadores estavam acostumados a isso. Em suas casas, no sistema doméstico, trabalhavam durante muito tempo. A dificuldade maior foi adaptar-se à disciplina da fábrica. Começar numa hora determinada, para, noutra, começar novamente, manter o ritmo dos movimentos da máquina - sempre sob as ordens e a supervisão rigorosa de um capataz - isso era novo. E difícil.
Os fiandeiros de uma fábrica próxima de Manchester trabalhavam 14 horas por dia numa temperatura de 26 a 29°C, sem terem permissão de mandar buscar água para beber.
O Trabalho Infantil
Uma das práticas mais comuns no início da Revolução Industrial era recrutar mão-de-obra infantil nos orfanatos. As crianças órfãs eram levadas para as fábricas, onde passavam a viver, e eram exploradas em jornadas de trabalho de até 15 horas diárias.
"Perante uma comissão do Parlamento em 1816, o Sr. John Moss, antigo capataz de aprendizes numa fábrica de tecidos de algodão, prestou o sequinte depoimento sobre as crianças obrigadas ao trabalho fabril:
'Eram aprendizes órfãos? - Todos aprendizes órfãos.
'E com que idade eram admitidos? - Os que vinham de Londres tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool, tinham de 8 a 15 anos.
'Até que idade eram aprendizes? - Até os 21 anos.
'Qual o horário de trabalho? - De 5 da manhã até as 8 da noite.
'Quinze horas diárias era um horário normal? - Sim.
'Quando as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão, tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para recuperar o tempo parado? - Sim.
'As crianças ficavam de pé ou sentadas para trabalhar? - De pé.
'Durante todo o tempo? - Sim.
'Havia cadeiras na fábrica? - Não. Encontrei com freqüência crianças pelo chão, muito depois da hora em que deveriam estar dormindo.
'Havia acidentes nas máquinas com as criança? - Muito freqüentemente."
Reação ao Sistema de Fábrica
A criação das máquinas em si não assustou os artesãos, uma vez que alguns aperfeiçoamentos poderiam ser perfeitamente absorvidos pelo sistema familiar de produção. As máquinas pequenas serviriam para atualizar a produção nas oficinas e para facilitar determinadadas etapas da produção. Quando se intensificou o estímulo às invenções técnicas, muitos mestres-artesãos aproveitaram para dar uma contribuição sobre o seu ofício.
Porém os comerciantes queriam substituir as oficinas caseiras pelos grandes galpões onde os trabalhadores tinham hora para entrar e para sair e eram obrigados a trabalhar no ritmo acelerado que o patrão impunha. Uma das estratégias usadas para acabar com a produção familiar foi o estímulo a criação de máquinas de grande porte que só cabiam nos galpões das fábricas. A justificativa acerca da eficiência das grandes máquinas da século XVIII já foi devidamente superada pelos estudiosos, que provaram que o aumento da produtividade obtido pelo sistema de fábrica nos seus primeiros tempos se explica melhor pela utilização da mão-de-obra em jornadas muito extensas de trabalho - poderiam chegar a dezoito horas por dia - do que pela eficácia das máquinas.
A máquina foi o caminho usado pelo capitalista para reunir os trabalhadores em um mesmo lugar onde ele pudesse controlar todos os movimentos dos operários para que não houvesse desperdícios de tempo ou de mercadorias. Esse processo fatalmente significou o fim das oficinas caseiras.
NOMES: Anderson dos Santos, Andriele Mucelin, Lilian Gaviraghi, Paulo Tonin e Taís Pastori
TURMA: 24M
OBS: Profe o grupo "inteiro" ajudou fazer o trabalho, exceto o Paulo.
Divisão das tarefas e alienação do trabalhador
Uma das caracteristicas do sistema de fábrica é o parcelamento das tarefas, isto é, o processo de produção de um objeto passa por diversas etapas, cada uma delas realizada por um trabalhador que, dessa forma, se torna especialista na sua função. O exemplo clássico desse procedimento é o da frabicação de um alfinete: um operário se especializa em cortar o arrame, outro em deixá-lo reto, outro faz a ponta, um quarto trabalhador coloca a cabeça enquanto um outro faz o polimento. A justificativa capitalista para esse procedimento é a de que ele acelera a produção. Para o trabalhador ele resulta em uma situação de alienação promovida, pro um lado, pelo fato de que ele trabalha exaustivamete, mas nunca vê o produto de seu esforço, uma ves que o trabalhador participa apenas de um etapa da produção. Nas oficinas de manufatura, os artesãos trabalhavam a matéria-prima até transformá-la em um objeto, participavam de todo o processo de produção; em outras palavras, viam o seu trabalho concretizado no produto final. Para o artesão o trabalho tinha um significado: contruir um objeto; o operário perdeu esse significado do trabalho.
Outra característica da divisão das tarefas é a monotonia das ações. O operário faz sempre os mesmo movimentos repetidas vez ao longo do dia, o que acaba automatizando as sua ações. Em geral, o trabalho fabril desestimula o raciocínio. A pessoa é levada a brecar sua criatividade para se adaptar aos movimentos repetitivos. Como inteligência e criatividade não podem ser eliminadas, o que acaba acontecendo é que a pessoa é obrigada a reprimir a sua potencialidades, resultando em alienação.
O dia-a dia durante a Revolução Industrial
As condições dos trabalhadores das primeiras grandes fabricas inglesas não eram das melhores. Homens, mulheres es crianças chegavam e trabalhar mais de 14 horas por dia, com quase nenhum descanso. É um pouco deste cotidiano que veremos a seguir.
As Famílias
Um pai de família tinha poucas chances de conseguir emprego numa fábrica no século XVIII. Já sua mulher e seus filhos, não importando a idade, representavam o perfil mais visado pelos industriais. Com as máquinas cada vez mais potentes a força foi sendo substituída pela delicadeza. Mas, o principal motivo dessa preferência estava nos salários bem mais baixos pagos a mulheres e crianças.
O Pão
O pão era o principal alimento dos tarbalhadores da Inglaterra. Entretanto, ele não era um alimento barato. No ano de 1795 custava cerca de 5 pences, equivalendo hoje a 5 dólares. Em reais, ano de 2005, isso equivaleria R$10,30.
O Horário
Acordar por volta das 4 horas da manhã e sair da fábrica por volta das 8 horas da noite era rotina para os trabalhadores ingleses. As famílias eram acordadas ao som de um apito e partiam para o trabalho. A conversa dentro da fábrica era proibida, mas também impossível devido ao ruído ensurdecedor das máquinas. Ao fim da jornada, os trabalhadores ainda tinham de limpar as máquinas antes de ir para casa para começar tudo denovo no dia seguinte.
A Revolução Industrial, resultou da acumulação de capital da Revolução Comercial, da aplicação de tecnologia à produção em larga escala e do aumento de população.
Na 1ª fase desenvolveu-se apenas na Inglaterra, com utilização do vapor, ferro e carvão. Na 2ª fase propagou-se, tingindo Alemanha, França, Japão, USA, Itália, Bélgica, com utilização de aço, petróleo e energia elétrica.

POR QUE COMEÇOU NA INGLATERRA?
Cerceamento dos campos ou enclosure.
Acumulação de capitais por tratados vantajosos, como o Methuem, com Portugal.
Absolutismo não foi tão forte. Desde 1688 o Parlamento já tinha voz e vez depois da Revolução Gloriosa.
Reservas de carvão e ferro.
Desenvolvimento do sistema bancário e financeiro.
Menores gastos com a corte, marinha forte. Começou no setor de tecelagem.
Produção em larga escala fez com que surgissem os grandes conglomerados industriais, os trustes, cartéis.
Polarização entre burgueses e operários.
Surgimento do proletariado urbano e por fim, as distputadas acirradas por mercado acabaram levando o mundo as guerras mundiais.
CONSEQÜÊNCIAS
Urbanismo, divisão do trabalho pela qual o trabalhador deixou de ter domínio da técnica daquilo que produz, em função de linhas de montagem, produção em série, desenvolvimento dos transportes e comunicações.
CARTISMO
Pretendiam voto secreto e universal, eleições anuais, proteção do trabalho infantil, jornada de trabalho de dez horas. Essas reformas contribuíram para a organização sindical. A defesa do direito trabalhista, da transformação da sociedade recebeu influências políticas de diversas correntes: trabalhismo, sindicalismo, anarquirmo e socialismo.
LUDISMO
Movimento de quebra de máquinas, inudações de minas entre outras rebeliões de quebra-quebra por parte dos trabalhadores, como resistência a tecnologia.